Veja, por exemplo, a Avril Lavigne; surgiu na mídia aos 17, auge de sua adolescência, parecia como qualquer garoto skatista, e hoje, mesmo ainda com seus coturnos, roupas pretas e make pesada, se tornou uma mulher; mas é realmente criticada por isso. Muito se fala que ela mudou, que é um produto da mídia, uma falsa e daí pra baixo, mas peraí: e os albuns, vocês têm ouvido? Claramente não.
Outro bom exemplo é a Mallu Magalhães, que surgiu ainda mais cedo, aos 15, como uma estranha garota gordinha e com grandes óculos, e hoje está magra, com longos cabelos e realmente linda. É natural essa mudança, mas antes mesmo de ouvir seu 3º e melhor album, Pitanga, as pessoas - inclusive alguns amigos meus - logo falam, como um reflexo, ao verem um ensaio feito para uma campanha de sapatos: ih... Essa aí já se vendeu.
É muito fácil e confortável criticar a partir da imagem, do exterior e estereótipo, mas saber seu conteúdo, o que pensa e o que tem a dizer ninguém quer. Os mais recentes albuns das cantoras citadas são os melhores de suas carreiras, os mais sérios e bem feitos, e ninguém quer saber; só vêm seus salto altos.
Chega a ser frustrante essas críticas pre-concebidas a partir do seu exterior- e nem precisa ser o exterior completo, mas alguma mudança. Se tá de salto alto e roupa justa, é vadia, e, saindo da questão musical, se você é loira, é burra. E o pior é quando você "passou a ser assim"; se você tinha cabelos pretos, agora é uma loira-burra-oxigenada.
Ninguém quer saber se a loira-burra-oxigenada tem doutorado, ou se a garota de salto e roupa justa tem uma banda de rock, porque, na verdade, todo mundo tem preguiça de te conhecer.
por @MattCabot
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